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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A monetização fashion das identificações e expressões sexuais da Geração Jaden Smith



Distorção feita por mim com uma das imagens da campanha da nova coleção feminina da Louis Vuitton. Eu decidi distorcer os rostos para levantar a seguinte questão: por que me incomoda o fato de eu não saber qual daqueles corpos correspondem ou não àquelas roupas? 

A Moda contemporânea vem sendo reconstruída por um grupo de jovens que apresentam uma nova forma de ser singular; assumindo outra postura quando deparados ao consumismo.  Por sermos jovens, naturalmente iremos nos posicionar contra àquilo até então vinha constituindo nosso espaço de vivência, visto que representamos o novo. Um novo que carrega consigo resquícios de conteúdos que outrora também foram novos. O que nos questionamos hoje, são desencadeamentos daquilo que foi questionado ontem, sendo esse apenas possível graças a ações ainda mais antigas. Não há possibilidade de isolar gerações em seus próprios interesses, mas podemos apontar particularidades em meio a essas conexões ideológicas do passado com o presente. Tendo como  exemplo o movimento Genderless, uma das bandeiras de luta da Geração Y que foi iniciada por seus mais recentes antepassados. As relações que constituem isso que a moda irá chamar - rasamente - de "tendência", falam de um ultrapassar do número dois que constitui as noções de sexualidade humana, ao mostrarem novas maneiras de experienciar identidade e expressão de gênero.

Por conta disso, a Louis Vuitton ou qualquer outra grife não deve ser agraciada por estar colocando  homens no  casting de modelos de uma coleção feminina; ou o contrario. Pois, há décadas a moda obedece aos comportamentos da juventude, e sabendo que a Geração Y tem desenvolvido ainda mais debates sobre o corpo, era mais que esperado que a Moda fosse atingida por esses questionamentos. Os créditos e a atenção devem ser dados primeiramente para as pessoas que se propuseram a destruir o dualismo indumentário antes mesmo da industria fashion ter dito que isso era legal. Como ocorre com o Jaden Smith.

Ao ser escolhido para protagonizar uma campanha feminina, o Jaden torna ainda mais público aquilo que uma comunidade formada majoritariamente por jovens, tem refletido e vivenciado entre subgrupos culturais dos quais fazem parte. Para entender o que está acontecendo com a Moda, é preciso abstrair a pessoa (modelo) e enxerga-la como uma geração.

A  Geração Jaden Smith reclama o direito de poder viver a liquidez sexual que até então vinha sendo interrompida por mecanismos que a própria Moda ajudou a criar e a administrar. Nadamos contra essa normatividade binária, a medida em que nos propomos a transcender o conceito hegemônico de gênero. Seja através da fusão dos guarda-roupas feminino e masculino ou pela desconstrução dessas duas categorias. Neste contexto, a adaptação da Moda encontra-se inevitável e o vestuário será novamente ressignificado (já esta sendo). Mas,  ao nos depararmos com grifes e fast-fashions criando coleções sem gênero, imediatamente temos que fazer um exercício de pensamento, e mentalizar que aquela roupa exemplifica o grito de revolta dado por diversos corpos independente de sua geração, assim como a monetização fashion dessas vozes carregadas de desejos. 

ps: é importante fazer um recorte de racial e de gênero, pois mesmo o Jaden sendo um homem negro, ele ainda continua sendo homem e por isso terá privilégios em relação a outras identidades de gênero no que tange a industria áudio-visual. Um homem usando saia pode ser chamado de desconstruído, já a mulher usando uma peça dita masculina não terá a mesma aceitação, mesmo essa aceitação sendo extremamente pequena no caso dos homens. 

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Jaden Smith estrela campanha feminina da Louis Vuitton

A INEVITÁVEL ADAPTAÇÃO DO MERCADO PARA O MOVIMENTO FREEGENDER



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